O aumento significativo do número de investidores brasileiros nos últimos anos impulsionou o desenvolvimento da Bolsa de Valores brasileira (B3), que tem buscado constantemente inovações em produtos e operações. Dessa forma, ainda em 2020, a B3 anunciou o lançamento de um novo serviço no mercado: o empréstimo de cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).
Apesar de serem considerados ativos de renda variável, os FIIs tendem a ser menos voláteis do que outros ativos do mercado, como as ações.
Portanto, além das operações mais tradicionais, o empréstimo de cotas de FIIs proporciona a oportunidade de obter ganhos adicionais com essa classe de ativos.

O que é o empréstimo de cotas?
O empréstimo de cotas de Fundos Imobiliários é uma modalidade que permite que os detentores desses ativos aluguem suas cotas a outros investidores interessados em lucrar com a desvalorização de uma cota.
Nesse caso, o investidor que tomará emprestadas as cotas usará esses ativos para especular sobre a queda dos preços, por meio de uma operação conhecida como venda a descoberto.
Em termos financeiros, trata-se de um empréstimo de curto prazo com uma finalidade específica. O mutuário toma emprestado o estoque por um período determinado para vendê-lo e, em seguida, recomprá-lo a um preço mais baixo.
Isso pode resultar em lucros consideráveis para os credores e risco de perdas significativas para os tomadores no empréstimo de cotas de FIIs.
Além disso, os doadores alugam cotas em troca de uma remuneração. Portanto, o aluguel de cotas de FIIs pode fazer parte de uma estratégia de investimento de longo prazo.
Nesse sentido, essa operação relativamente nova amplia as possibilidades dos investidores em fundos imobiliários e impulsiona o mercado brasileiro de FIIs. Além disso, as operações de empréstimo são realizadas por meio de corretoras, proporcionando aos investidores toda a segurança da B3 e dos demais reguladores do mercado financeiro.
Como funciona o empréstimo de cotas de FIIs?
As operações de empréstimo de cotas de FIIs ocorrem entre o doador, que possui a propriedade das cotas do fundo imobiliário, e os mutuários, que são os interessados em alugar as cotas, ou seja, tomá-las emprestadas.
Nesse processo, o doador transfere suas cotas para o mutuário por um período específico e recebe uma taxa de aluguel em troca. No entanto, há detalhes importantes a serem observados durante essas negociações.
Ao longo do processo, os doadores de cotas de FIIs continuam exercendo seus direitos sobre as cotas, inclusive podendo receber dividendos durante o prazo de operação. Os cotistas podem exercer suas opções e direitos de voto nas assembleias do FII selecionadas durante todo o período de operação.
Além disso, a operação de aluguel de cotas de fundos imobiliários possui certas restrições. De acordo com a B3, os fundos devem atender a requisitos básicos para permitir a operação de empréstimo aos investidores, tais como:
- O fundo deve ter um volume médio de negociação diário superior a R$ 1 milhão;
- Deve possuir uma quantidade de cotistas igual ou superior a 500.
Além disso, aqueles que possuem rendimentos superiores a 10% do rendimento geral do fundo também não poderão participar do processo de aluguel de cotas.
Como se beneficiar com o empréstimo de cotas de FIIs?
Como em qualquer operação no mercado financeiro, ambas as partes buscam lucro e neste caso não é diferente.
Dessa forma, na prática, o tomador do empréstimo de cotas realiza a operação com a expectativa de uma queda no preço do ativo, para posterior recompra por um valor menor e devolução ao doador. Apesar de ser uma estratégia arriscada, essa operação é comum no mercado financeiro.
Além disso, essa operação envolvendo os fundos imobiliários permite ganhos ainda maiores aos investidores com foco a longo prazo, que não desejam se desfazer de seus ativos em momentos de baixa.
Isso acontece porque, além da possibilidade de receber os rendimentos mensais, o investidor agora também recebe uma taxa referente ao aluguel.
O processo de empréstimo de cotas de FIIs também proporciona praticidade tanto para o tomador quanto para o doador. Para o doador, há a oportunidade de lucrar com uma operação mesmo sem possuir o imóvel. Já para o tomador, há a possibilidade de lucrar mesmo sem ser um cotista do fundo.
Além disso, o novo processo oferece mais uma opção aos investidores que desejam aumentar a diversificação de seu patrimônio, visando reduzir a volatilidade de sua carteira. Afinal, os fundos de investimento imobiliário são conhecidos por serem excelentes alternativas para diversificar uma carteira.
Quais são os riscos do empréstimo de cotas de FIIs?
A nova operação de empréstimo de cotas de FIIs gerou certa desconfiança entre os investidores de fundos imobiliários, especialmente com relação à entrada de fluxo nessa classe de investimentos.
Muitos investidores acreditavam que, com a nova operação, o mercado de FIIs sofreria com o aumento da volatilidade. Nesse sentido, poderia perder sua essência, que sempre foi o recebimento de rendimentos e a construção de uma renda passiva com foco no longo prazo, abrindo espaço para especuladores.
Além disso, esses investidores acreditavam que a operação baseada na venda a descoberto atrairia mais especuladores para os FIIs. No entanto, é importante destacar que a operação não é obrigatória, ou seja, para o cotista do fundo que não se sente confortável em realizar tal negociação, nada mudou.
Outro ponto importante que os investidores devem considerar neste mercado é a liquidez dos ativos escolhidos. Se o fundo imobiliário selecionado tiver uma baixa demanda compradora ou vendedora, pode ser mais difícil fechar o contrato de aluguel.
Portanto, é recomendável não se aventurar se não tiver certeza de todo o processo de negociação. É comum que investidores sejam levados ao erro por não entenderem completamente o instrumento financeiro que estão utilizando.
O mercado de FIIs evolui constantemente, não apenas na variedade de ativos e setores que podem ser escolhidos, mas também nos diferentes instrumentos disponíveis para os investidores.
Portanto, é possível concluir que o empréstimo de cotas de FIIs é um passo importante não apenas para o mercado de fundos imobiliários, mas também para todo o mercado financeiro nacional, pois demonstra a inovação do setor e atrai ainda mais novos investidores.
Essa modalidade de empréstimo de cotas de FIIs representa uma evolução significativa no mercado financeiro brasileiro, oferecendo aos investidores novas oportunidades de diversificação e rentabilidade. Ao permitir que os investidores aluguem suas cotas de FIIs, essa operação não só amplia as opções de investimento disponíveis, mas também contribui para o desenvolvimento e a liquidez do mercado de fundos imobiliários.
É importante ressaltar que, embora o empréstimo de cotas de FIIs ofereça vantagens interessantes, como a possibilidade de obter rendimentos adicionais e proteger-se contra a volatilidade do mercado, ele também apresenta riscos que devem ser cuidadosamente considerados pelos investidores. Por isso, é fundamental realizar uma análise detalhada das condições e dos termos do contrato de empréstimo antes de participar dessa modalidade de operação.
No entanto, com uma estratégia bem planejada e uma compreensão adequada dos riscos envolvidos, o empréstimo de cotas de FIIs pode ser uma ferramenta valiosa para investidores que buscam diversificar suas carteiras e maximizar seus retornos no mercado de renda variável.
Perguntas e respostas
Qual é a diferença entre o empréstimo de cotas de FIIs e a compra tradicional de cotas?
Resposta: No empréstimo de cotas de FIIs, os investidores emprestam temporariamente suas cotas a terceiros em troca de uma taxa de remuneração, enquanto na compra tradicional de cotas, os investidores adquirem as cotas de FIIs para manter em suas carteiras de investimento a longo prazo. O empréstimo de cotas é uma operação de curto prazo voltada para ganhos adicionais com a desvalorização temporária das cotas, enquanto a compra tradicional é uma estratégia de investimento de longo prazo com o objetivo de receber rendimentos recorrentes e valorização do patrimônio ao longo do tempo.
Quais são os requisitos para participar do empréstimo de cotas de FIIs?
Resposta: Os requisitos para participar do empréstimo de cotas de FIIs podem variar de acordo com as políticas da corretora e as características específicas de cada fundo imobiliário. Geralmente, os fundos devem atender a critérios mínimos de liquidez e número de cotistas estabelecidos pela B3. Além disso, os investidores interessados em emprestar suas cotas devem possuir uma conta em uma corretora que ofereça esse serviço e estar cientes dos riscos e condições envolvidos na operação.
Quais são os riscos envolvidos no empréstimo de cotas de FIIs?
Resposta: Assim como qualquer investimento no mercado financeiro, o empréstimo de cotas de FIIs apresenta alguns riscos que os investidores devem considerar. Um dos principais riscos é a possibilidade de inadimplência por parte do tomador do empréstimo, o que poderia resultar na perda das cotas emprestadas pelo doador. Além disso, o mercado de FIIs pode ser afetado por fatores externos, como variações nas taxas de juros e condições econômicas, o que pode impactar o desempenho dos fundos e, consequentemente, a rentabilidade do empréstimo de cotas.
Qual é a taxa de remuneração no empréstimo de cotas de FIIs?
Resposta: A taxa de remuneração no empréstimo de cotas de FIIs pode variar dependendo das condições de mercado, da demanda pelo ativo emprestado e dos termos do contrato entre o doador e o tomador do empréstimo. Geralmente, essa taxa é acordada entre as partes envolvidas na transação e pode ser fixa ou variável ao longo do período de empréstimo.
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